O parque, assim como a casa-sede, foi propriedade do Barão de Nova Friburgo, projetado pelo paisagista francês Auguste François Glaziou, na segunda metade do século 19. Há décadas é a sede do Nova Friburgo Country Clube.
Em 1913, o empresário Eduardo Guinle adquiriu e reformou o parque e a casa, além de ampliar a área ajardinada, mantendo o projeto original. O parque apresenta feição romântica, característica dos jardins do século 19, com lagos, rios e ilhas de traçado caprichoso, pontes metálicas e uma vegetação variada na qual se intercalam áreas densas de árvores de porte, maciços de arbustos e renques de bambus.
No caminho de entrada, estão as instalações sociais e esportivas do clube, edificação típica da época. Além do jardim romântico — considerado por especialistas como um dos jardins mais belos e mais bem preservados do Brasil — a propriedade preserva a casa-sede. Projetada pelo arquiteto alemão Gustave Waehneldt, em esitlo chalé, mantém os estuques e as pinturas originais.
(Fontes: Arquivo Noronha Santos/Iphan, IBGE e Projeto NF Cultural)
Casarão da antiga LBA
(Foto: Regina Lo Bianco)
De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o casarão da antiga LBA, como o imóvel é conhecido pelos friburguenses, na Rua Augusto Spinelli, Centro, foi tombado definitivamente pela Prefeitura de Nova Friburgo através do decreto 268, de 26 de novembro de 2012, que ‘determina o Tombamento Provisório e Definitivo dos bens da área central do município’.
Sendo assim, estando o bem protegido pela instância municipal e estadual, cabe aos órgãos responsáveis responderem por tal. O casarão, no entanto, é um bem da União e a prefeitura possui um contrato de comodato que foi renovado no fim de 2019.
Em junho de 2023, a prefeitura informou que estava sendo realizada a limpeza do espaço como parte de uma avaliação do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro (Inepac). Segundo a prefeitura, a ideia seria promover uma restauração completa do imóvel para abrigar futuramente a Secretaria Municipal de Cultura.
Há 2 anos, A VOZ DA SERRA publicou matéria sobre o problema, e em resposta solicitada pelo jornal, a prefeitura informou que “o projeto ainda está sendo elaborado, assim como o levantamento dos custos da reforma”.
Não havia data definida para o processo de licitação e nem para o início das obras. Apesar de o imóvel não estar interditado pela Defesa Civil, a falta de conservação era, então, visível. No ano acima citado, o telhado, inclusive, estava escorado em alguns pontos para tentar evitar o desabamento de parte da estrutura.
Resumindo, o histórico casarão que já abrigou a antiga Legião Brasileira de Assistência (LBA), a Secretaria Municipal de Assistência Social e o Centro de Referência em Assistência Social (Cras), está de novo abandonado.
“Quem a, agora, em frente ao imóvel, percebe uma movimentação estranha, parece invasão de moradores de rua”, denunciam vizinhos de seu entorno. “No início deste ano colocaram telhado novo, mas depois disso mais nada aconteceu, nenhuma obra, não tem ninguém trabalhando ali”, acrescentaram.
Continuamos aguardando providências para a plena recuperação do casarão, antes que ele seja arruinado pelo descaso.
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